O poeta está vivo!
Embora o poeta já tenha nos deixado há exatos 20 anos, continua vivo como nunca. Naqueles que tiveram o privilégio de vê-lo nos anos 80... nos que tiveram a sorte de ouvi-lo ao vivo... e nos que sabem apreciar e sentir uma boa poesia regado aos velhos rock´n roll e blues.
Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza, só aprendeu a aceitar seu nome quando soube que Cartola, um de seus compositores prediletos, também se chamava Agenor. Cazuza, aliás, foi o apelido dado por seu pai, nordestino, antes mesmo dele nascer. Apelido este que, no Nordeste, significa moleque.
Um “moleque” que surpreendeu o cenário musical brasileiro no início dos anos 80 quando deu voz a uma banda de rock cheia de fibra, energia e garra, ansiosa pelas novidades de uma juventude que recentemente saíra de um governo ditatorial. Essa banda, Barão Vermelho, merece, nos próximos dias, um post dedicado somente a ela. Hoje, expresso meu amor e admiração tão somente ao “moleque”
Poeta de toda uma geração, título mais do que justo, deixou uma obra eterna ao recriar, num estilo muito pessoal e marcado por gírias e espontaneidade, a poesia símbolo do rock.
Em novembro de 1985, apenas quatro meses após se jogar na carreira solo, lançou o primeiro disco dessa fase individual e cheia de parcerias, principalmente com Frejat, que continuou seu amigo e parceiro, e Ezequiel Neves, amigo e co-produtor de todos os seus discos.
Vale dizer, agora, que, coincidência ou não, o dia 07 de julho, também é marcado pela partida de Ezequiel. Hoje, aquele que foi de grande importância na formação intelectual de Cazuza, parte após sofrer os efeitos de uma doença diagnosticada há cinco anos. Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, brincou: “(...)Agora deve estar uma bagunça lá em cima. Deus deve estar querendo se livrar deles. É capaz até de voltarem à Terra”. Em uma entrevista para “O Globo”, Ezequiel Nevel chegou a declarar: “Em 1982 a Som Livre me contratou de novo. E caiu na minha mão — caiu não, eu roubei do Leonardo Neto (hoje empresário de Marisa Monte e Adriana Calcanhotto) — a fita do Barão Vermelho. O Leo e o Nelsinho (Motta) iam fazer uma coletânea. Mas depois de ouvir a fita do Barão eu disse: ‘Isso é um disco inteiro. O grupo é ótimo, é diferente.’ Eles tocavam rock de verdade. Era uma coisa muito violenta. E o texto do Cazuza, nunca ninguém tinha escrito daquela forma. Só que ele era filho do dono da empresa... A própria Rita Lee dizia: ‘O Ezequiel deu o golpe do baú, foi inventar que o filho do dono da empresa é cantor e compositor.’ Mas eu tava fazendo escândalo porque adorava!”.
Voltando ao primeiro disco solo, “Exagerado” tem o nome de um grande hit, parceria com Ezequiel e Leoni, que representa a trilogia já comentada rock-romantismo-poesia. Tem, ainda, a balada “Codinome Beija-Flor”, com Ezequiel e Reinaldo Arias, a irônica “Medieval II” e a censurada “Só as mães são felizes”.
O disco seguinte, lançado em março de 1987, trouxe a necessidade de uma postura mais séria acompanhando sua liberdade artística. “Só se for a dois” foi seguido de uma turnê nacional, com shows lotados e mais elaborados que os anteriores em termos de cenário e iluminação. Sua música tocava. A crítica elogiava. O poeta decolava.
O ano seguinte trouxe sua consagração artística, ainda que pessoalmente passasse por uma fase muito difícil. “Ideologia” vendeu meio milhão de cópias e era a expressão de canções densas, evidenciando o amadurecimento do artista. Contou, também, com um blues com “Blues da Piedade”, uma canção “meio bossa nova e rock´n roll” com “Faz parte do meu show”e o rock-sambão “Brasil”. Ainda em 88, recebeu o Prêmio Sharp de Música como melhor cantor pop-rock e melhor música pop-rock com “Preciso dizer que te amo”, lançada por Marina. No segundo semestre, apresentou um espetáculo até mais profissional e muito bem sucedido, dirigido por Ney Matogrosso, valorizando o texto no show, pontuando a palavra “vida”. O show viajou de norte a sul do país, virou disco e programa especial na rede Globo. “Cazuza ao vivo – O Tempo não Pára” chegou a 560 mil cópias, reunindo seus maiores sucessos e trazendo duas músicas novas: “Vida louca vida”, de Lobão e Bernardo Vilhena e a música título “O tempo não pára”, de Cazuza e Arnaldo Brandão, uma de suas letras mais expressivas.
De fevereiro a junho de 89, num processo compulsivo de composição e gravação, fomos presenteados com o álbum duplo “Burguesia”, seu último registro discográfico em vida. Em um dos discos, de capa azul, prevaleceu o rock. No outro, amarelo, a MPB. Apresentou clássicos de outros autores, como Caetano e Rita Lee, e novas parcerias, também com Rita Lee e Ângela Rô Rô.
Cazuza nos deixou em 07 de julho de 1990. Mas está vivo, em cada um de nós! Daqui até a eternidade... exagerado em um amor inventado.
14 comentários:
Lindo!
Impossível não amar Cazuza!
"...se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára..."
Só um trechinho... não caberiam todos...
beijoo
Gênio,um dos artistas que fizeram a história de nosso Rock
Belo post !!!
Cazuza é o q há! Ainda!! ^^
Bjuxx
como já comentei em outros blogs. o cazuza, pra mim, sempre foi mais um compositor/letrista, do que um cantor. só não concordo quando o chamam de poeta.
abraço
é, cazuza fez ótimas músicas, que vão ser eternas. Pois eu que nasci depois de ele morrer adoro. então acho que muitas outras gerações que virão, deixaram viva a sua música :)
o que tem que falar
de cazuza
e foi im genio das musicas
Cazuza sempre mexe com minha alma...
Ele foi genial
E sua poesia será/é eterna!
;D
gostei do texto !!
oh que falar dele
ele foi o genio das musicas do rock
ele é o cara
agora essas bandinhas novas ai ñ chegam aos pés do cazuza
ele é genial
CAZUZA é a vibe! amo demais, isso sim é música completa.
"Quem vem com tudo não cansa ..."
(Cazuza)
Abração amigo.
Sou simplesmente apaixonada por ele!
Exagerado, jogado aos teus pés *-*
Sou simplesmente apaixonada por ele!
Exagerado, jogado aos teus pés *-*
Sou simplesmente apaixonada por ele!
Exagerado, jogado aos teus pés *-*
Sou simplesmente apaixonada por ele!
Exagerado, jogado aos teus pés *-*
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